quinta-feira, 25 de março de 2010

hoje estou ecológica... e esta notícia mexeu-me com os nervos desde que a li ontem... a partir de agora só sacos reciclados, grandes e resistentes no carro para ir às compras... e sacos bio-degradáveis para o lixo...

"Estudo do Governo inglês confirma suspeitas da Quercus
Sacos distribuídos no Continente e Jumbo podem ser prejudiciais para o Ambiente

A Quercus verificou que ao fim de 10 meses os sacos produzidos em plástico oxo-degradável, distribuídos gratuitamente nos Hipermercados Jumbo/Pão de Açúcar e Continente/Modelo (e em outras lojas do Grupo Soane, nomeadamente: Worten, Modalfa, Sport Zone, Vobis, MaxMat, Zippy, Área Saúde) e, continuavam sem se degradar nos destinos mais prováveis, ao contrário do que se podia esperar. Esta constatação foi agora confirmada por Estudo do Ministério do Ambiente Inglês.
Preocupada com a incontrolável distribuição gratuita de sacos de plástico oxo-degradáveis, os que apresentam a informação de “100% degradáveis” (sacos que possuem a incorporação de um aditivo químico para acelerar o processo de degradação), a Quercus levou a cabo uma experiência simples para, desta forma, analisar a degradação dos sacos de plástico em diferentes meios, caracterizados como os destinos finais mais prováveis após consumo: dispersos pelo ambiente e meio aquático (água doce e salgada) ou para acondicionar RSU’s - encaminhados para aterros sanitários.

Com esta análise a Quercus observou que não houve sinais de degradação ou decomposição dos sacos e que nem tão pouco se apresentavam quebradiços, sendo que, no caso do meio aquático salgado, estes perdiam a cor das letras impressas (podendo ser facilmente confundíveis com medusas e consumidos por espécies aquáticas, como tartarugas).

A Quercus alerta para outros problemas que esta nova tecnologia pode provocar:

   1. Não há garantias da sua reciclagem: existem poucas certezas sobre esta tecnologia, a Associação Europeia de Recicladores de Plástico não garantem a sua reciclagem e temem os efeitos na qualidade dos polímeros reciclados. Esta questão foi agora também levantada pelo estudo encomendado pelo Governo Inglês.
   2. Não há garantias da sua degradação em aterro: os aterros sanitários não garantem a sua degradação devido à ausência de O2;
   3. Risco de colocarem em perigo toda a cadeia alimentar: libertados no ambiente podem fragmentar-se em inúmeras partículas mais pequenas, entrando na cadeia alimentar global – constituindo perigo para as espécies de pequeno e grande porte;
   4. Têm uma reutilização limitada: os mesmos indicam que “deixam de poder ser reutilizados quando quebradiços”, não podendo ser colocados no ecoponto amarelo mas sim no dos resíduos indiferenciados.

Desta forma, concluímos que os sacos de plástico oxo-degradáveis poderão não ser a resolução dum problema que precisa de actuação premente, podendo não contribuir para minimizar os impactes associados à dispersão do plástico no ambiente.

As preocupações da Quercus são fundamentadas nos seguintes relatórios:

    * UNEP (UN Environment Programme and Ocean Conservancy): indica que 80% da poluição marinha nas 12 maiores regiões do Mundo é causada pela libertação de resíduos plásticos, compostos essencialmente por sacos e garrafas. Este relatório refere ainda que cerca de 95% das espécies de aves aquáticas que residem ou sobrevoam as regiões do Norte apresentam vestígios de plástico nos seus estômagos;

    * Estudo Governo Inglês/Universidade de Loughborough: conclui que os plásticos oxo-degradáveis podem trazer problemas para a compostagem ou reciclagem, sendo o destino mais adequado a incineração, para o qual o aditivo não traz nenhuma vantagem;

    * Associação Europeia de Recicladores de Plástico: recomenda a supressão da utilização de plástico oxo-degradáveis, enquanto tecnologia insustentável, como uma das acções fundamentais para promover a reciclagem mecânica dos resíduos de plásticos, devendo os mesmos ser separados dos outros tipos de plásticos.


    * Estudo levado a cabo pela Quercus e Universidade da Madeira: concluiu que a não distribuição gratuita de sacos de plástico aumenta em 50% a taxa de reutilização e contribui para a optimização no seu uso em 20%, evitando assim a produção de muitas toneladas de plástico que, na sua maioria, acabariam incineradas, em aterro ou abandonadas no ambiente.

A Quercus salienta ainda a tendência mundial que visa a adopção de medidas que prevejam a redução da utilização de sacos de plástico.

A Quercus já apelou ao Governo e a todos os partidos da oposição para apoiarem esta causa, relembrando que, quer o PS, quer o PSD, nos seus programas eleitorais, já se tinham comprometido a apresentar medidas visando a redução do consumo dos sacos de plástico."

1 comentários:

Unknown disse...

No seguimento dos artigos publicados em vários Web sites e da noticia divulgada em 12 de Março pela a TSF no jornal das 8, venho por este meio comentar a informação que tem como base um estudo efectuado pela Universidade de Loughborough a pedido do Ministério do Ambiente Inglês.


A Defra incumbiu a Universidade de Loughborough de realizar um projecto de investigação para avaliar o impacto ambiental dos plásticos oxo-degradáveis durante todo o ciclo de vida.

O objectivo principal foi de avaliar a literatura publicada e dialogar com os principais interessados para perceber o que acontece aos polímeros e sais metálicos após o inicio da degradação do material, assim como avaliar a existência de efeitos positivos ou negativos sobre o ambiente em comparação com plásticos que não contêm o aditivo.

O projeto também teve a finalidade de avaliar as evidências que suportam as alegações de marketing feitas sobre os plásticos oxo-degradáveis, em particular, avaliar as provas que estes materiais se degradam ou biodegradam, em que condições e em que prazos.
Antes de mais convido todos os leitores a lerem o relatório Inglês, vão verificar que o relatório não é conclusivo.

http://randd.defra.gov.uk/Default.aspx?Menu=Menu&Module=More&Location=None&Completed=0&ProjectID=16263

Não acredito que algum jornalista tenha lido o relatório antes de escrever qualquer artigo sobre este tema.

A Universidade no relatório afirma que suas recomendações são as suas próprias opiniões, e que suas opiniões não refletem necessariamente as políticas ou pareceres da DEFRA.

Este relatório é útil porque permite uma melhor compreensão da tecnologia oxo-biodegradável.

É útil também, porque o Governo britânico percebe a importância desta tecnologia dando início a um debate sobre o assunto.

Os plásticos oxo-biodegradáveis:


• DEGRADAM-SE ABIOTICAMENTE EM AMBIENTE NORMAL
• DEGRADAM-SE ABIOTICAMENTE SOB TEMPERATURAS ELEVADAS EM CONDIÇÕES DE ATERRO
• NÃO EMITEM METANO EM ATERROS
• SÃO SEGUROS PARA CONTACTO COM GÉNEROS ALIMENTÍCIOS

• NÃO CONTÊM METAIS PESADOS
O relatório também confirmou que:
• OS ADITIVOS PRÓ-DEGRADANTES NÃO SÃO NOCIVOS NEM TÊM UM IMPACTO AMBIENTAL NEGATIVO, TANTO NA FASE DE PRODUÇÃO COMO NA DE UTILIZAÇÃO
• NÃO EXISTEM PROVAS DE BIO-ACUMULAÇÃO NEM DE EFEITOS NOCIVOS NO AMBIENTE
• NÃO EXISTEM PROVAS DE ACUMULAÇÃO DE POLUENTES
• NÃO EXISTEM PROVAS DE QUE OS PLÁSTICOS DEGRADÁVEIS ENCORAJEM O ABANDONO DE LIXO
O Relatório é INÚTIL, porque os investigadores:

• ACEITARAM QUE A BIODEGRADAÇÃO OCORRE , MAS NÃO ENTENDERAM A NOÇÃO DE ESCALA TEMPORAL - Não existe necessidade de os plásticos oxo-biodegradáveis se biodegradarem numa escala temporal muito curta.
• NÃO PERCEBERAM A RECICLAGEM – Os plásticos oxo-biodegradáveis podem ser reciclados e não requerem necessariamente a adição de estabilizantes. (http://www.biodeg.org/position-papers/recycling/?domain=biodeg.org). O retalhista B, que participou no inquérito para o Relatório ,“utilize plásticos oxo-degradáveis, porque não interferem com os fluxos de reciclagem estabelecidos.”
• NÃO PERCEBERAM A COMPOSTAGEM - Os plásticos oxo-biodegradáveis não constituem uma ameaça para a compostagem.
• NÃO PERCEBERAM O ESGOTAMENTO PETROLÍFERO - Os plásticos oxo-biodegradáveis não causam esgotamento petrolífero.
• NÃO PERCEBERAM A FINALIDADE DO PLÁSTICO OXO-BIODEGRADÁVEL- Não tem como finalidade a compostagem, nem o armazenamento a longo prazo, nem a degradação em aterros.
• CONFUNDIRAM OXO-BIODEGRADAÇÃO COM HIDRO-BIODEGRADAÇÃO

Em relação aos teste efectuados pela Quercus, nunca foi possível verificar os testes, as condições de exposição, os testes não têm nenhum suporte cientifico alem do facto que a Quercus não deve ter percebido como funciona a tecnologia, em nenhuma publicação da Symphony, pode ler-se que o material vai se degradar em aterro, na água, em 10 meses.